Caio Ricci inicia projeto de rock nacional em parceria com cantores criados por IA
O cantor e compositor Caio Ricci apresentou nesta sexta-feira (4) um projeto intitulado Des Voix Fantastiques. As vozes fantásticas, as quais o nome do projeto se refere, são as inúmeras possibilidades de parcerias criadas por Ricci com inteligência artificial.
A faixa “Tudo Pra Dar Certo”, já disponível nos principais tocadores digitais, é um indie rock melódico composto por Caio e produzido por Tiago Redin. Para dividir os vocais com o músico, foi criado o cantor de IA Lallo Fergus. “Escrevi essa canção nas ruas de Paris, por isso o cantor virtual foi batizado de Lallo Fergus, um talentoso vocalista parisiense de 25 anos, amante da liberdade, igualdade e alto astral. Canta muito e tem uma pegada levemente roqueira”, conta Ricci, que se valeu da liberdade criativa e imaginação solta para dar vida a um personagem que pode ser o que ele quiser, até um francês que canta perfeitamente em português.
Foi em Londres no Air Studios, do lendário produtor dos Beatles, George Martin, que surgiu a ideia do projeto. Em sua visita ao estúdio, ele conheceu dois criadores de música gerada por inteligência artificial de ponta e tiveram uma longa troca de experiências. “Aprendi muito sobre o uso profissional da IA na nossa arte, inclusive um conceito mais do que importante: inteligências artificiais não são autoconscientes e precisam da nossa ajuda e paciência para aprender a serem nossas parceiras. É necessário investimento de dinheiro e tempo para achar o ponto de encontro entre sua criação e o talento tecnológico das IA”, diz o músico.
Diferente do que muitos pensam, a tarefa de produzir música com IA não é tão simples. De acordo com Ricci, para que se obtenha sucesso é essencial que haja uma ideia artística central, que venha do músico criador, para ser transmitida à ferramenta de comunicação entre o artista e a IA. “O mundo está mudando numa velocidade inacreditável, e isso não é mais um slogan publicitário. Quase tudo que eu conhecia hoje é parte do passado e por mais que a gente queira se agarrar ao que nos mantinha seguros, já não dá mais. Eu preferi parar de lutar contra isso e tive a sorte incrível de encontrar caminhos para cooperar e fazer parcerias com esse futuro que tanto me dava medo até outro dia. Não sei se no futuro a IA será capaz de ser autossuficiente e produzir suas próprias músicas sem nenhum ser humano, mas por enquanto estamos numa parceria criativa fascinante”, revela.
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