The 1975 é processado por beijo gay em festival na Malásia
A Future Sound Asia, organizadora do Good Vibes Festival da Malásia, processou todos os integrantes da banda britânica de pop-rock The 1975, após o protesto no palco do vocalista Matty Healy contra as leis anti-LGBTQ+ do país.
A empresa está buscando ser ressarcida em 2,4 milhões de dólares, cerca de 13,4 milhões de reais, por quebra de contrato após a violação do código de comportamento do evento pelo grupo, que resultou no cancelamento de todo o festival em julho do ano passado, gerando consequências negativas para músicos e empresários.
Em documentos judiciais arquivados na Suprema Corte do Reino Unido obtidos pela revista Variety, os organizadores afirmam que o The 1975 e sua equipe estavam cientes das inúmeras regras que tinham que cumprir no palco para se apresentar, incluindo a proibição de fumar, xingar, beber, tirar a roupa e falar sobre política ou religião.
O processo observa que a banda se apresentou no festival com as mesmas restrições em 2016 e foi lembrada delas novamente no ano passado, várias vezes, antes de sua apresentação. De acordo com o texto, o The 1975 teria decidido não se apresentar, depois mudou de ideia para protestar contra as proibições. O processo alega ainda que a banda tocou “um setlist completamente diferente”, “agiu com a intenção de ofender e violar os termos do acordo” e “danificou intencionalmente uma câmera de drone”. O grupo ainda não se manifestou sobre o processo.
Na polêmica apresentação do ano passado, Healy se dirigiu ao público durante em um discurso com críticas à legislação homofóbica e beijou na boca o baixista Ross MacDonald. Na sequência, a banda foi proibida de terminar seu show. A lei malaia criminaliza a atividade sexual entre pessoas do mesmo sexo, prevendo prisão de até 20 anos para quem a desobedecer. O The 1975 foi banido da Malásia e resolveu cancelar o restante de sua turnê asiática daquele ano.