Ex-Judas Priest diz que heavy metal corre risco de extinção
K.K. Downing, ex-guitarrista do Judas Priest, prepara para o mês que vem uma série de shows nos Estados Unidos com sua banda KK’s Priest. Numa conversa com o jornal The Times, o músico falou sobre seus dias de glória com um dos grupos que ajudaram a solidificar o heavy metal e os desafios que o segmento enfrenta atualmente.
Questionado sobre o que torna os metaleiros únicos, Downing não deu uma resposta direta, preferiu mergulhar na história do rock pesado para tirar algumas conclusões.
Ele comentou: “É só entrar naquelas bandas que evoluíram; que pegou música do blues e do blues progressivo no final dos anos 60 e início dos anos 70. Nós nem tínhamos rock até 1970 ou por aí. Essa foi a primeira vez que vi bandas como Led Zeppelin e Deep Purple e algumas das outras bandas se tornaram rotuladas como ‘bandas de rock’ e não de blues progressivo. E então, é claro, seguimos o hard rock e o heavy rock para o heavy metal”.
Segundo Downing, a evolução do metal ao longo das décadas nos levou até onde estamos hoje com diversos subgêneros no que classificou de “uma jornada fantástica”. No entanto, o futuro do rock pesado para ele é incerto: “Está potencialmente em risco de se extinguir em algum momento. Estamos em uma idade em que estamos perdendo muitas pessoas e amigos queridos como Eddie [Van Halen] e Jeff Beck, mas faremos isso enquanto pudermos. Eu vou [continuar fazendo metal], de qualquer maneira”.
É bastante improvável que o metal desapareça da face da Terra, mas é certo que precisará se amparar no universo digital para atingir novos públicos. Um estudo intitulado “Rock Guitar Virtuosos: Advances in Electric Guitar Playing, Technology, and Culture”, divulgado no início deste ano, apontou que está cada vez mais difícil a vida de guitarristas virtuosos. De uma forma geral, os pesquisadores concluíram que os heróis da guitarra moderna precisam provar que são bons ao vivo e ter relevância no ambiente digital.