Billie Joe Armstrong, vocalista do Green Day, revelou numa nova entrevista ao Guitar World quem formam seus heróis da guitarra na infância e por que ele se tornou um guitarrista que passou a abominar solos de guitarra.
Segundo Armstrong, guitarristas virtuosos vivem numa espécie de competição e isso o afastou de seguir nesse caminho: “Quando eu era criança, amava Eddie Van Halen, Angus Young e Randy Rhoads. E então algo aconteceu onde era como se você tivesse que estar nas ‘Olimpíadas da Guitarra’. Se você quisesse tocar, tinha que ser tão bom quanto esses caras e ser capaz de tocar tão rápido quanto Yngwie Malmsteen”.
Ele prossegue: “E eu fiquei tipo, ‘Cara, então eu vou acabar sentado no meu quarto para o resto da minha vida. E eu nunca vou entrar numa banda, nunca!’. Foi aí que meus gostos começaram a mudar e comecei a conhecer mais a música punk e alternativa, onde era mais sobre ritmo”.
Armstrong explica que abandonou definitivamente seu interesse por grandes solos de guitarra a partir desse momento de novas descobertas musicais: “O heavy metal começou a se tornar uma espécie de paródia. Então, o que aconteceu foi que eu comecei a ser um guitarrista antissolo, especialmente para ‘Dookie'”.
Como o recém-lançado álbum Saviors apresenta mais ênfase na guitarra do que os trabalhos anteriores do Green Day, ele foi questionado se estava tentando buscar as influências de sua infância. Armstrong garante que foi algo espontâneo: “Eu meio que tirei o chapéu para os ‘deus do rock’ e comecei a fazer muitos solos. Na verdade, acho que fiz mais solos neste disco do que qualquer outro que já fizemos”.
Sobre aquele negócio de “Olimpíadas de Guitarra” que ele citou no início da entrevista, parece ser algo que todo guitarrista enfrenta, mesmo numa banda punk. Armstrong admite que enfrenta uma competição com ele mesmo: “Cheguei num ponto em que sei das minhas limitações, mas, ao mesmo tempo, estou realmente me esforçando para ser um guitarrista melhor”.