“Grunge é apenas um termo de marketing”, diz guitarrista do Soundgarden
O rock and roll nunca mais foi o mesmo depois da revolução musical que veio da cidade de Seattle na virada dos anos 1980 para 1990. E no ponto de vista de Kim Thayil, guitarrista do Soundgarden, a cena daquela época foi muito maior do que a marca “grunge” que surgiu com o movimento.
Numa entrevista ao site Killer Guitar Rigs, o músico fez recordações da época, revelando que as bandas passaram a explorar grooves mais lentos com tons mais pesados, enquanto vocalistas como Chris Cornell se destacavam em meio aos novos acordes.
“Estávamos cientes de uma identidade estilística particular que havia saído de Seattle, provavelmente com o lançamento da gravação do álbum ‘Deep Six’ [compilação com nomes como Soundgarden, Melvins e Green River], que foi gravado em 85 e lançado em 86. E ficou claro que havia várias bandas que saíram do movimento indie underground punk que estavam usando tempos mais lentos em oposição a modelos de hardcore”, explica Thayil.
Ele continua: “Quando começamos, nem sabíamos o que estávamos fazendo, apenas tentávamos tocar ao mesmo tempo em que acomodávamos os vocais. Chris não estava propenso a gritar rápido por trás da bateria com alguma assinatura de tempo estranha, nosso interesse era em coisas que estávamos escrevendo, na maneira como estávamos tocando, meio que nos afastamos do hardcore”.
A cena de Seattle do final dos anos 1980, segundo o guitarrista, era “um caldeirão de influências” com bandas misturando elementos de punk e hardcore e cada um com sua particularidade. No entanto, no que diz respeito ao gênero “grunge”, Kim tem uma opinião nada comercial: “As pessoas estavam sendo muito verdadeiras ao ethos do punk rock, e Seattle estava fazendo algo diferente. Estávamos muito cientes disso, mas não achávamos que era grunge, isso se tornou um termo de marketing”.
De acordo com o guitarrista, não teve nada calculado em direção a um novo gênero, mas sim uma evolução orgânica impulsionada por paixões musicais individuais.