Paulo Vaz, tecladista do Supercombo, lança álbum solo por selo em parceria com produtor do Charlie Brown Jr.

Redação 89

Paulo Vaz, tecladista do Supercombo, lança álbum solo por selo em parceria com produtor do Charlie Brown Jr. imagem divulgação

A vida é cheia de estações. À medida que passamos pelas estações do ano, experimentamos diferentes climas, cores e aromas. Enquanto zapeamos pelas estações de rádio, atravessamos rapidamente vários tipos de sons. E quando viajamos de trem, cada estação revela uma paisagem nova, um lugar diferente, com povos, costumes e atributos naturais desconhecidos. É baseado na sensação de percorrer esses itinerários que Railway, novo álbum de Paulo Vaz, chega às plataformas de streaming nessa sexta-feira (22).

O tecladista da banda Supercombo, cantor e compositor propõe uma viagem hipnótica por diversos estilos de música, envelopados pela estética lo-fi, numa turnê pelo universo paralelo de Paulo Vaz. É com este termo que ele define seu caminho fora do coletivo musical que o levou a grandes palcos desde 2011. “É uma vertente que eu vou trazer até ficar velho, porque eu realmente entendi que, paralelo à canção que fazemos na Supercombo, eu quero seguir por esse caminho instrumental”, avalia o artista.

A trajetória

O primeiro lançamento do artista, Janela, de 2010, é um álbum fundamentalmente de canções. Fora do lugar, de 2012, segue afeito às palavras. Com URL, em 2019, o artista dá uma guinada, não só fazendo um disco todo instrumental, com alguns vocais aparecendo mais como samplers, mas também se jogando na música eletrônica. Em 2020, vem Pra dormir e acordar, um álbum instrumental orientado ao lúdico infantil. Em 2022, chega o primeiro álbum voltado para a música instrumental contemporânea, Rebuild. O disco inaugura uma quadrilogia cujo segundo álbum chega no primeiro semestre do ano que vem.

O selo

Enquanto isso, Railway marca a adesão total do músico à música instrumental, aventurando-se pela textura relaxante do lo-fi. Paulo começou a se interessar pelo estilo no início da pandemia, quando buscava referências para seu próximo disco, e inevitavelmente caiu nas graças da música ambiente de baixa fidelidade sonora. A primeira incursão veio ainda este ano, quando lançou a faixa Smooth talk, em parceria com FaOut e Ricardo Schneider, dois dos maiores nomes da cena lo-fi brasileira, pelo selo deles, Tangerina, o maior do gênero no país.

Railway chega pelo selo Phant Music, fundado por Vaz em sociedade com Carlos Boiseaux e Tadeu Patolla, produtor que descobriu a banda Charlie Brown Jr., produziu o primeiro disco deles e trabalhou assiduamente com os santistas. O objetivo do selo é descobrir e lançar novos artistas no mercado, ou alavancar a carreira de veteranos que ainda tem pouca visibilidade. O lançamento do disco de Paulo marca a entrada do selo, até então mais voltado para o indie, rock e MPB, na cena lo-fi. A meta é lançar pelo menos dois discos do gênero por ano, abraçando novos artistas e dando sua contribuição ao estilo.

O conceito

Quando compõe, o tecladista, que trabalha com trilhas sonoras para tevê e publicidade desde 1994, costuma pensar em temas cinematográficas. Com o novo álbum, o processo foi semelhante: desde o início, Paulo idealizou o conceito de criar cada música como se o ouvinte estivesse passando por várias estações de trem, experimentando diferentes texturas, ambientes e estados de espírito. O compositor partiu de imagens formuladas na cabeça, e os títulos também remetem a essas paisagens, estimulando a imaginação do ouvinte. “A cada estação você vai tendo uma sensação diferente. Você começa em uma estação onde sente a euforia de começar uma viagem, vaga por um tempo e experimenta várias passagens, fica ansioso pelo final e termina com o prazer de chegar ao seu destino”, descreve o artista. “Tudo isso tem a ver com instrumental de cada música a ordem em que as faixas foram dispostas”, conclui.

Embora sigam o típico compasso quaternário do lo-fi, que é característico, tem instrumentação que remete a estilos distintos como jazz, blues e MPB. Os arranjos contam tanto com instrumentos orgânicos como eletrônicos, todos tocados ou programados pelo autor, que também gravou, mixou, produziu e compôs todas as faixas.

O disco chega às plataformas, propositalmente, no final do ano, época em que muitas pessoas tiram férias e vão viajar. Além de dialogar com o próprio conceito do disco, sintetizado no título, muitas pessoas procuram esse tipo de trilha sonora para embalar suas viagens por aí.

Ouça na íntegra o álbum Railway, de Paulo Vaz. no seu serviço de streaming favorito AQUI ou utilize o player abaixo:



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