Para Billy Corgan, Kurt Cobain foi seu rival e músico mais talentoso de sua geração
Billy Corgan, líder do Smashing Pumpkins, segue promovendo a sua recém-lançada ópera rock ATUM. Numa nova entrevista a Zane Loew, da Apple Music, o cantor falou sobre as últimas músicas da banda, suas inspirações e carreira.
O destaque do bate-papo de quase uma hora ficou por conta da reflexão que Corgan fez sobre o início dos anos 1990, quando estava se firmando como um grande profissional e achava que “todo mundo era o inimigo”, ressaltando que a comparação entre artistas é uma desvantagem natural para a indústria da música.
Ele revelou como se sentiu quando recebeu a notícia da morte de Kurt Cobain, vocalista do Nirvana: “Quando Kurt morreu, chorei porque perdi meu maior oponente. Quero vencer os melhores. Eu não quero ganhar o campeonato porque sou só eu e um monte de gabronis [perdedores], para usar um termo de luta livre”.
Antes de colocar o líder do Nirvana como um “adversário”, Corgan admitiu: :“O Kurt foi o cara mais talentoso da nossa geração. Tinha tanto talento que era assustador. Estava ao nível do John Lennon, na medida em que não dá pra perceber como é que é possível ter tanto talento”.
As referências ao trabalho do Nirvana são uma constante na vida de Corgan. No ano passado, por exemplo, num vídeo da empresa de amplificadores Laney, ele relembrou seu trabalho ao lado do produtor Butch Vig, que segundo ele, acabou se inspirando no Smashing Pumpkins enquanto produzia o aclamado disco Nevermind, do Nirvana. “Uma história que eu gosto de contar é que gravamos nosso álbum ‘Gish’ em 1990, na virada para 1991. Butch finalizou aquele álbum e partiu para fazer ‘Nevermind’ com o Nirvana. A primeira vez que ouvi ‘Nevermind’, olhei para Butch – estávamos sentados ao lado de um lago em um 4 de julho de 1991 – e disse: ‘Filho da p*ta, você roubou o som da minha guitarra!”, revelou Corgan (AQUI).
O líder do Smashing Pumpkins se limitou a soltar um palavrão porque sabia que nada poderia fazer, afinal de contas, quando alguém copia um riff de guitarra você pode processá-lo, mas quando o timbre da guitarra é tirado por outro alguém, é apenas mérito de quem soube reproduzir aquela “coloração” e Butch fez isso muito bem. Inclusive, Corgan já chegou a admitir que a sonoridade do seu Smashing Pumpkins é fruto de uma busca incessante pelo som da guitarra que ele ouviu quando criança em “Sweet Leaf”, faixa de abertura do álbum Master of Reality, do Black Sabbath.