Amy Lee, vocalista do Evanescence, comentou sobre o trecho de rap presente em “Bring Me to Life”, single de estreia da banda, que contou com a participação especial de Paul McCoy, vocalista do 12 Stones.
Indiscutivelmente essa é a mais famosa música da banda e uma das primeiras composições de Amy, criada quando tinha apenas 19 anos de idade, inspirando-se em experiências e emoções profundamente pessoais. Quando o álbum de estreia do Evanescence, Fallen, estava sendo gravado, Amy foi confrontada com uma decisão difícil da gravadora: “Bring Me to Life” tinha todos os ingredientes de um grande sucesso, mas precisava ser comercializável no cenário dominado pelo nu-metal e, portanto, tinha que conter uma parte com rap.
Numa nova entrevista para o Metal Hammer, Amy falou sobre a frustração que sentiu com essa imposição: “Essa parte, esse som, esse não é o meu estilo. É por isso que foi uma coisa muito difícil de engolir, mesmo em uma música. Mas vencemos porque não tivemos que mudar toda a nossa sonoridade”.
Ela explicou por que não inclui mais “Bring Me to Life” nos setlists do Evanescence: “Parei de tocá-la há muito tempo. Nós nunca realmente a fizemos. Quando estamos em turnê e temos alguém que se encaixa nela, essa pessoa entra na música. Estávamos em turnê com o P.O.D. e tivemos Sonny [Sandoval, vocalista] se apresentando algumas vezes. E, obviamente, se estivermos na mesma cidade que Paul [McCoy], que originalmente fez a gravação, vamos fazer com que ele apareça, porque é divertido, é legal e nostálgico”.
Questionada sobre a cena do nu-metal em que a banda, de uma certa forma, acabou sendo inserida no início de carreira, a cantora disse que, na época, entendeu a necessidade de colocar certos elementos na canção, mas ponderou: “Se você está fazendo certo, cada banda é única e tem uma cor ligeiramente diferente de qualquer outra coisa. Uma das perguntas que me fizeram muito na minha vida é: ‘Como você definiria seu som? Como você chamaria seu gênero?’ Eu não sei como fazer isso. Quero sempre manter a capacidade e a liberdade de fazer algo que nunca fiz antes”.
A batalha do Evanescence com sua gravadora no início de carreira foi destacada em 2021 por Amy numa entrevista ao Alternative Press, onde ela revelou que os empresários queriam que a banda soasse como um “Linkin Park feminino” (AQUI).
A canção “Bring Me to Life” foi incluída na trilha sonora do filme O Demolidor, atingindo o 5º lugar na Billboard Hot 100 dos EUA. O disco Fallen vendeu 17 milhões de cópias e ganhou dois Grammys, incluindo “Melhor Performance de Rock” por “Bring Me To Life”.