Autoridades dos EUA debatem uso da tecnologia de reconhecimento facial na entrada de shows

Redação 89

Autoridades dos EUA debatem uso da tecnologia de reconhecimento facial na entrada de shows imagem divulgação

O Madison Square Garden (MSG), badalada casa de espetáculos de Nova York, está no centro de uma discussão acalorada entre autoridades e empresários dos Estados Unidos. Tudo começou no último Dia de Ação de Graças, 24 de novembro de 2022, quando uma advogada foi impedida de levar sua filha a um show no Radio City Music, administrado pelo MSG, porque a tecnologia de reconhecimento facial a identificou como funcionária de uma das empresas que estão processando o MSG. Na sequência, outros profissionais relataram o mesmo problema de acesso a espetáculos promovidos pela companhia.

Agora, a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, resolveu enviar uma carta para a MSG com algumas perguntas pontuais sobre sua tecnologia e políticas, e um aviso de que elas podem violar a Lei de Direitos Civis de Nova York, bem como outras normas municipais, estaduais e federais.

“A MSG Entertainment não pode levar suas batalhas legais para suas próprias arenas”, disse James em um comunicado, com a carta observando que milhares de advogados em mais de 90 empresas podem ser afetados. “Qualquer pessoa com um ingresso para um evento não deve se preocupar com a possibilidade de ter a entrada injustamente negada com base em sua aparência, e estamos pedindo à MSG que reverta essa política”.

Ainda não há uma resposta oficial do presidente executivo da MSG, James Dolan, no entanto, a revista Variety o ouviu sobre o tema e ele parece não se importar com o alerta da justiça. “A verdadeira questão que está acontecendo aqui é a nossa política de não deixar os advogados que estão nos processando entrarem em nosso prédio até que eles terminem de nos processar. Quando encerrarem [o processo], serão muito bem-vindos de volta”, disse Dolan, acrescentando: “Nossos valores são importantes para nós – o Garden tem que se defender”.

Um porta-voz da empresa disse que as exclusões cobrem “uma pequena porcentagem de advogados apenas durante litígios ativos”. Mas essa afirmação terá de ganhar mais argumentos, já que um projeto de lei apresentado ao Legislativo estadual na segunda-feira (23), determina que o MSG e outros estabelecimentos que utilizam tecnologia de reconhecimento facial não poderão impedir a entrada de alguém que tiver um ingresso válido.

Grupos de liberdades civis, ouvidos por uma reportagem do canal CBS, alertam que proibições baseadas em tecnologia de reconhecimento facial têm um efeito assustador sobre o discurso e o acesso das pessoas aos espaços públicos, porque se podem impedir a entrada em um show, possivelmente poderão impedir, por exemplo, entradas em supermercados e farmácias.



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