“Um documentário de despedida”, essa é a ideia compartilhada pelo grupo pioneiro de hip-hop Run-DMC em uma entrevista recém-publicada pelo Rock The Bells. Os MCs Darryl “DMC” McDaniels e Joseph “Rev Run” Simmons discutiram seus derradeiros passos como banda.
“Planejamos fazer um show final no Madison Square Garden em abril. Vai ser o último episódio do documentário que estamos produzindo. O último show do Run-DMC de todos os tempos”, revelou – sem especificar a data – McDaniels, acrescentando: “Dave Grohl ainda está correndo por aí tentando ser o Nirvana? Sting ainda está tentando ser o The Police? Paul e Ringo estão tentando ser os Beatles? Resta vida suficiente para nós dois. Não podemos ser Run-DMC sem Jay”.
Jam Master Jay, o terceiro integrante, foi morto a tiros em um estúdio de gravação no Queens, em Nova York, em 30 de outubro de 2002. Logo após a tragédia, os dois outros membros anunciaram a dissolução do grupo e fizeram apenas algumas apresentações solo esporádicas ao longo dos anos.
A possibilidade de fazer um concerto final surge no momento em que o Run-DMC completa 40 anos de sua fundação. “Vamos fazer isso com a Netflix ou com uma outra grande plataforma. Vai ser uma produção ao vivo. Run-DMC está fazendo sua ‘Última Valsa’ no Madison Square Garden”, disse McDaniels.
O Run-DMC marcou um importante capítulo do rock nos anos 80 com o álbum Raising Hell, de 1986, que apresentou uma versão antológica de “Walk This Way”, do Aerosmith, que trazia Steven Tyler apenas no refrão. O sucesso foi tão grande que fez com que o grupo de rock, que andava meio esquecido, retornasse com fôlego total.
Essa fusão do rap com rock influenciou bandas que surgiam naquele momento, como Faith No More e Red Hot Chili Peppers. No final da década de 1990, Rage Against the Machine, KoRn, Limp Bizkit e Linkin Park também mostraram que beberam da fonte de experimentações do Run-DMC.
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