Por: Leandro Alsaro
Pantera Negra Wakanda para Sempre chega aos cinemas nessa quinta-feira dia 10 de novembro. E se você me perguntasse o que eu esperava da sequência de Pantera Negra, protagonizado de forma brilhante por Chadwick Boseman (1976-2020), responderia que não saberia bem o que esperar, não tinha respostas para quais soluções Ryan Coogler, diretor e roteirista do filme iria ter para tamanho problema. Perder seu protagonista com um roteiro pronto e vindo de um sucesso estrondoso do primeiro filme, no qual a Marvel abriu as portas para a representatividade preta. Falou de forma fantástica sobre preconceito racial, problemas territoriais e ainda jogou na nossa cara que temos que aceitar nossa diversidade.
Lá estava Coogler com um problemão na mão. Com um elenco sem seu líder, mudaram-se os planos. E como é a vida, os planos mudam, as pessoas partem e nos deixam as vezes meio sem chão. Pantera Negra Wakanda Para Sempre, segue esse tom, escancara de forma real e dolorida a perda de seu rei T’Challa, vemos uma Rainha Ramonda (Angela Basset), perdendo seu filho para uma doença misteriosa e lutando pela segurança de seu povo. E ainda uma princesa Shuri (Letitia Wirght) ressentida por não ter conseguido ajudar seu irmão quando ele mais precisou.
O caminho escolhido pelo filme não foi o mais fácil: Ryan Coogler arriscou e a Marvel comprou a ideia. E o filme ganha nuances de um drama denso, fazendo as vezes nos esquecer que se trata de um filme de herói. Vemos dor, incertezas, dúvidas sobre qual caminho seguir. Exatamente como nos sentimos quando perdemos alguém importante em nossas vidas. E como! Esses sentimentos estão bem frescos na nossa memória por conta da pandemia. Conseguimos entender e se solidarizar com a dor de cada personagem. O elenco passa de forma clara o quão duro foi rodar essa sequência, e por isso é digno de nota. Todo mundo trabalhou com muito afinco. É uma vitória para todos entregarem uma obra tão completa em nome de Boseman.
E em alguns momentos não é um filme que te deixa confortável, mas incomoda por tocar de forma tão clara a questão do luto e da perda, o que reflete em todos os personagens. E aí cabe um momento de reflexão sobre Namor (Tenoch Herta), o vilão do filme que foi introduzido de forma magistral. Ele é forte e tem um motivo muito palpável para agir da forma que age e para tomar as decisões que toma. Algo que a Marvel sabe fazer: dar bons motivos para seus vilões. Você não consegue ter só raiva deles.
Claro que o filme dá um fio de esperança em seu final e aponta caminhos muito palpáveis para o MCU. Não é um filme fácil assim como nossas vidas, sempre regida pelo imponderável, mas você ao se sentar na poltrona do cinema, assista-o com o coração aberto. É uma linda homenagem da equipe toda a Chadwick Boseman, mas vai muito além disso. É um filme sobre nossas vidas.
This post was last modified on 8 de novembro de 2022 12:03