O Chvchers lançou na última sexta-feira seu aguardado quarto álbum de estúdio, mais que um simples disco, o trabalho gira em torno de uma temática que está e evidência em nossas vidas, principalmente, nesses dias de pandemia.
O título Screen Violence é autoexplicativo e demonstra o quanto estamos entregues as telas que nos cercam, seja as do celular, da TV, dos nossos computadores. A única janela que nos restou nesses tempos foram essas, em que ficamos confinados. E o trio formado em Glasgow, na Escócia, faz uma reflexão de como isso pode ser violento. Porque as telas nos trazem de tudo, desde jogos, filmes, séries. Parece que podemos decidir tudo que irá acontecer, mas será que é assim? Em mundo inundado por redes sociais e mensageiros instantâneo, tudo é tão rápido. O quanto tudo isso nos faz bem?
O álbum discute temas como a cultura do cancelamento, como na faixa “Good Girls”, ou toda a pressão gerada em cima das mulheres pela expectativa de padrão estabelecido por todas essas mídias a que somos expostos, como em “He Said She Said”, a primeira faixa do disco.
A vocalista Lauren Mayberry coloca toda dramaticidade da situação em letras reflexivas, aliadas com arranjos já característicos do Chvrches. A bateria eletrônica com os sintetizadores criam essa atmosfera “oitentista” e quando você percebe, o álbum já acabou. Um convite para você ouvi-lo de novo desde o começo.
Um dos pontos altos do quarto disco do Chvrches é a participação de Robert Smith vocalista do The Cure na faixa ”How Not To Drown”. Smith é brilhante em sua participação nessa música, ele dá uma cara ainda mais dramática e peso. Trata-se de uma canção que conta a história de alguém que tenta achar saídas e não se afogar em meio a tanta informação, apesar de não poder ir a lugar algum.
É, as telas vieram de fato para mudar o nosso mundo e a gente não se livrará delas tão cedo, e o Chvrches convida a todos a uma grande reflexão como elas nos moldam em nosso dia a dia. A banda conta a história do nosso cotidiano em Screen Violence do ultimo ano e meio, e o disco não traz grandes respostas, mas aponta caminhos.
Uma coisa dá para afirmar, a banda escocesa só melhora a cada disco. E o “hype” criado sob esse lançamento se justifica. E Vale a pena ouvir e reouvir.
Por: Leandro Alsaro
This post was last modified on 30 de agosto de 2021 12:03