Na última semana, as criptomoedas voltaram às páginas policiais, com a deflagração da Operação Kryptos, da Polícia Federal, em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal, que resultou na prisão de cinco pessoas e 15 mandados de busca e apreensão em três Estados e no Distrito Federal. O balanço parcial apontou para a queda de uma suposta pirâmide financeira e na apreensão de malas de dinheiros e centenas de bitcoins.
De acordo com as autoridades, o epicentro do golpe era Cabo Frio (RJ), que chegou até a receber o apelido de “Novo Egito”, por conta da suspeita da existência de diversas pirâmides financeiras com sede nesta cidade fluminense. O golpe é caracterizado por um modelo comercial não sustentável, que depende basicamente do recrutamento progressivo de outras pessoas. A prática de pirâmide financeira é proibida no Brasil e configura crime contra a economia popular, segundo a Lei 1.521/51.
“É muito triste porque além de prejudicar as empresas sérias do mercado e o desenvolvimento do nosso ecossistema, os golpistas se aproveitam da falta de educação financeira da população e o pouco conhecimento sobre criptomoedas. Como ainda é algo muito novo, eles conseguem ludibriar utilizando conceitos que muitas vezes são equivocados por ser algo muito inovador”, explica Bernardo Teixeira, CFO do Grupo Ripio, que inclui as marcas BitcoinTrade e Ripio, com mais de 500 mil usuários no Brasil e 2 milhões na América Latina.
A exchange, um dos nomes de maior destaque do mercado brasileiro, aposta na educação financeira como um de seus principais pilares estratégicos. Um de seus principais programas é o Desafio Cripto , iniciado na semana passada, que alia o cunho educacional com o social. Na competição, 12 importantes nomes da comunidade cripto – influenciadores, traders e analistas de mercado – competem durante 4 meses para rentabilizar suas carteiras. O público pode acompanhar toda a movimentação para aprender com os especialistas. “Compartilhar conhecimento é fundamental. Só assim a comunidade vai se solidificar e as pirâmides financeiras terão muito mais dificuldade para fazer vítimas”, afirma.
Abaixo dicas de Bernardo Teixeira, CFO do Grupo Ripio, sobre como evitar cair em golpes financeiros:
• Pesquise o máximo de informações possíveis sobre a empresa (e seus executivos) antes de aportar o seu dinheiro: site, perfis nas redes sociais, matérias jornalísticas, registros da empresa e tudo mais que parecer relevante.
• Produtos de investimento precisam ter explicação didática e detalhada: se parecer confuso, busque mais informações em fontes confiáveis para te ajudar a entender, como o Launchpad.ripio.com e o Blog da Bitcointrade. Golpistas tentam confundir investidores leigos exagerando nos termos técnicos, que muitas vezes não dizem absolutamente nada.
• Prometeu rentabilidade muito acima da média do mercado, com a obrigatória indicação de novos membros, que garantirá posteriormente uma polpuda bonificação? Corra! A G.A.S Consultoria, pirâmide investigada na Operação Kryptos, oferecia 10% ao mês para seus investidores – A título apenas de comparação, um dos produtos de investimento passivo (fundo) mais tradicionais do mercado cripto, voltado para o investidor geral, obteve retorno de cerca de 21% no ano* e já é considerado um patamar excelente (na comparação com outras classes de ativos, no mesmo período).
• Cuidado: nem sempre o golpe é apenas sobre dinheiro. Criminosos sofisticados são suspeitos de roubarem dados de usuários. Fique atento a novos criptoativos de mineração em nuvem utilizando celular, com recompensas futuras mirabolantes.
This post was last modified on 30 de agosto de 2021 12:03