Há exatos 30 anos, em 20 de março de 1991, aconteceu a tragédia que inspirou a música “Tears In Heaven”, de Eric Clapton. O filho dele, Conor, que tinha 4 anos, ao brincar próximo de uma janela que estava sem proteção, caiu do 53° andar do prédio onde morava, em Nova York .
A mãe de Conor, a atriz italiana Lory Del Santo, disse em 2006 ao New York Daily News que dias depois Clapton recebeu uma carta angustiante escrita por Conor pouco antes de morrer. “[Conor] me disse alguns dias antes: ‘Mamãe, quero escrever para o papai. O que devo escrever?’”, Lembrou Del Santo. “Escreva “eu amo você, papai’. E ele escreveu isso”, revelou, acrescentando que a carta foi então enviada para o endereço de Clapton em Londres, onde ele a recebeu logo depois do funeral.
O acidente levou o músico a vivenciar um profundo estado depressivo que só conseguiu sair com ajuda de amigos e familiares que o ampararam por um longo tempo. “Clapton lutava naquela época contra o alcoolismo e a perda do filho o fez, ao contrário do que muitos poderiam pensar, se manter sóbrio daquele momento em diante”, relata o biógrafo Philip Norman no livro Slowhand: The Life and Music of Eric Clapton. Norman diz que Clapton despejou sua angústia em música e nove meses depois reuniu forças e voltou a compor. Uma dessas composições fez ao lado do amigo Will Jennings, era uma encomenda para trilha sonora do filme Rush, que veio à luz em dezembro de 1991. Assim nasceu a canção “Tears in Heaven”.
Logo após, a música entraria no set musical gravado pelo músico na MTV para seu álbum Unplugged, de 1992, que seria um dos maiores sucessos de todos os tempos dessa série e traria a Clapton o reconhecimento mundial de seu trabalho, num momento em que ele ainda tentava superar um dos eventos mais terríveis que um ser humano pode sofrer, que é a morte de um filho.
Essa canção de Eric Clapton dolorosamente linda, cheia de sentimentos e que de forma inevitável toca a alma de quem a ouve, rendeu incríveis resultados comerciais e premiações. Na cerimônia do Grammy de 1993 venceu nas categorias mais importantes: Melhor Performance Vocal, Música e Gravação do Ano.
No player abaixo você confere a versão original de “Tears in Heaven”, uma das canções mais emocionantes de toda a história da música.
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