Conversamos com Cristóvam sobre o clipe de Andrà tutto bene: “havia uma preocupação minha em passar uma mensagem de esperança”

Pamela Espindola

Conversamos com Cristóvam sobre o clipe de Andrà tutto bene: “havia uma preocupação minha em passar uma mensagem de esperança” imagem divulgação

Conversamos com o artista português, Cristóvam, nascido na Ilha Terceira (Açores).

O cantor e compositor lançou o seu primeiro disco solo em 2018, intitulado Hopes and Dreams, o trabalho traz faixas cantadas em inglês e com forte característica indie e folk, fruto de suas influências que vão de artistas como Bob Dylan a Ryan Adams ou Gregory Alan Isakov.

Recentemente, Cristóvam lançou a música, Andrà tutto bene, que chegou nas plataformas digitais acompanhada de um videoclipe. Dirigido pelo diretor Pedro Varela, o clipe retrata o momento atual que o mundo enfrenta diante da pandemia do coronavírus e traz esperança.

Com lançamento mundial pela Universal Music, o clipe de  Andrà tutto bene, viralizou nas redes sociais em menos de 48 horas, assista abaixo:

Leia abaixo a entrevista conduzida pela repórter Pamela Espíndola. A entrevista também está disponível no Podcast 89 ouça AQUI.

89FM: Cristóvam, para começar. Conta um pouco sobre a sua história?

Cristóvam: Comecei na música aos 11 anos primeiro na guitarra, depois na voz, depois me aventurei nos outros instrumentos. Quando eu tinha 18 anos, fiz minhas primeiras gravações que vieram a público. Venci um concurso e fui convidado para fazer parte de um festival, onde toquei com a minha banda… A partir daí lancei um disco com essa banda. Em 2018, lancei meu primeiro álbum solo… Depois fiz uma tour onde passei por mais de seis países onde toquei com grandes artistas.

89FM: Recentemente , você lançou o single Andrà tutto bene, que chegou acompanhado de um clipe muito bem produzido que viralizou nas redes sociais. O trabalho ressalta esse momento que o mundo está vivendo de pandemia do coronavírus e traz muita esperança. Essa era a sua intenção quando começou a produzir essa música?

Cristóvam: Sim, com certeza. A primeira vez que toquei guitarra, minha intenção era sobretudo colocar alma no papel,  essa é a minha forma de fazer as coisas e dessa vez não foi diferente…

Havia uma preocupação minha em passar uma mensagem de esperança é o momento tão delicado para humanidade.

E a forma como eu tinha de passar essa mensagem e escrever uma música. E foi o que eu fiz. Tinha versos outras letras escritas em um caderno, uma coisa muito simples, que dizia sobre tempos em que a distância é a maior prova de amor. Nós vivemos tempos em que parece que o amor está um pouco contrário porque nossa ideia de amor é exatamente o contrário o calor a proximidade.

89FM: Como foi o processo de produção da faixa e do videoclipe?

Cristóvam: Da parte musical foi tudo gravado no meu próprio estúdio… Eu faço muitas músicas para filmes, curtas-metragens, longas-metragens, publicidade de marca, e dessa vez não foi diferente. Trabalhei no meu próprio estúdio, como estava sozinho respeitando isolamento social, não pude trabalhar com outros músicos. Então todos os instrumentos foi eu que toquei. Em relação ao clipe, o Pedro Varela dirigiu pessoas em todas as partes do mundo sem sair de casa, por Skype… Em um curto espaço de cinco dias,  conseguimos fechar tanto a música quanto filme.

89FM: Você imaginava que Andrà tutto bene teria tanta repercussão?

Cristóvam: Seria impossível temos qualquer tipo de expectativa nesse nível. Sabíamos que o clipe estava com muita força, mas não tínhamos equipe de marketing e dinheiro para publicidade nas redes sociais… Simplesmente publicamos o filme no YouTube, foi só isso que fizemos. E todo alcance que tivemos foi puramente por isso… As pessoas passaram umas para as outras, por WhatsApp. No dia seguinte, já estava tocando nas maiores rádios de Portugal… E um dia depois uma, uma parente minha que mora no Brasil me mandou um vídeo de uma vizinha no quintal ouvindo a música.

89FM: Depois desse lançamento, você se sente inspirado para produzir novas músicas?

Cristóvam: Já estava na produção do meu segundo disco quando aconteceu a pandemia. Tinha acabado de chegar de Lisboa, onde estava trabalhando. Quando a pandemia começou eu já tinha alguns trabalhos feitos em casa, então foi isso que fiz. A crise estimula a criatividade, pois estamos sentindo coisas novas. Pelo menos pra mim, influencia de forma positiva para minha criatividade.

89FM: Na sua opinião, quais são os maiores desafios para um artista produzir nesse momento de pandemia e isolamento social?

Cristóvam: Os maiores desafios são ter que fazer as coisas sozinho, mas para mim isso já era hábito. Como aprendi a gravar e tocar sozinho, me habituei a ser autônomo nas minhas criações e produções… O maior desafio para todos os artistas, é exatamente esse… E claro aquelas coisas típicas que sempre escrevemos, compreendo que pra muita gente isso seja difícil, pois nossas rotinas estão afetadas.

89FM: Fale um pouco sobre a sua rotina na quarentena?

Cristóvam: A minha rotina foi completamente alterada, eu imaginava que a única coisa que eu teria que fazer seria ir para o estúdio e agora estou em casa. Nem imaginei que iria escrever uma canção sobre isso… E depois a canção viralizou de tal forma que acabei estando todos os dias fazendo entrevistas para televisões, jornais e rádios de manhã até a noite. Sinto a sensação de que viajei o mundo todo mesmo sem sair de casa.

89FM: Em 2018, você lançou o seu primeiro álbum, Hopes and Dreams. Eu ouvi inteiro e curti bastante! Realmente a sonoridade traz muitas influências de Bob Dylan e Ryan Adams… Também reparei influências de Mumford & Sons e Bastille. Cristóvam fala um pouco sobre as suas maiores inspirações?

Cristóvam: Muito obrigado. Eu cresci ouvindo muita música antiga música boa, Pink Floyd, The Police e Bob Dylan… Depois comecei a procurar artistas da minha geração. E aí que eu chego ao Ryan Adams, Tim Hart, Lumineers…. entre outros .

89FM: Você pretende manter essa sonoridade em seus próximos discos?
Cristóvam:
Eu não penso muito naquilo que pretendo fazer, começo a trabalhar discos e discos e vou vendo até onde isso chega. Para esse próximo disco estou mantendo um pouco esses elementos que já vinha trazendo.. Misturando elementos um pouco mais modernos, que vão aparecendo, com algumas guitarras com efeitos diferentes…Portanto eu diria que é uma continuação daquilo que eu já vinha fazendo, mas com toque um pouco mais moderno em termos de produção.

89FM: Você viajou para diversos países na turnê do seu álbum. Você ainda pretende fazer mais shows dessa tour e talvez passar pelo Brasil?

Cristóvam: Sim, eu gostaria muito de visitar o Brasil, meu intuito nesse momento é visitar o Brasil na turnê do meu próximo disco, se possível. Se for possível, antes disso aindo. Então eu penso que até nossa vida voltar ao normal vai dar tempo de eu acabar o meu outro disco…Meu objetivo é visitar o Brasil para apresentar meu novo trabalho, conhecer todas as pessoas que tem me enviado mensagens e retribuir o carinho que tenho recebido desse país.

89FM: Você está trabalhando em novas músicas?

Cristóvam: Sim, tem muitas músicas novas que estou trabalhando… Algumas delas, já saíram em um filme do diretor Pedro Varela. Existem muitas surpresas e muitas coisas novas que estou trabalhando.

89FM: Quais são os próximos planos do Cristóvam?

Cristóvam: Os meus próximos planos são: acabar esse disco, tudo que envolve disco pronto, poder voltar a estrada, voltar a tocar. Para mim música ao vivo é a minha parte preferida, o que mais gosta de fazer. Realmente estar no palco, me comunicar com as pessoas de forma direta… Essas questões das lives está sendo importante para manter o contato com o público, mas não há nada que substitua o contato direto. Então estou ansioso para poder voltar a fazer o que mais amo: tocar ao vivo para o máximo de gente possível e no máximo de lugares possíveis.



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