Joe Sumner, filho de Sting, revela expectativa de abrir show do pai em SP
Neste sábado tem show internacional de altíssima qualidade no Allianz Parque. Ninguém menos que Sting marcará presença em seu único show de sua nova turnê mundial no Brasil.
Quem vai abrir a apresentação é Joe Sumner, filho de Sting, que conversou com a 89 e deu detalhes sobre a expectativa de tocar para o público brasileiro.
Utilize o player abaixo e curta o bate papo do músico com Wendell Correia:
Transcrição da entrevista:
89FM: O que você conhece do Brasil?
Conheço o futebol e acho o sotaque dos brasileiros é muito legal. Já estive no Rio de Janeiro e São Paulo. É maravilhoso. Conheci um pouco, mas não conheço o suficiente. Em breve estarei no país para aprender mais.
89FM: Quais são as expectativas para o show no Brasil?
Eu acho que vai ser louco! Vamos fazer um verdadeiro show de rock. Eu sempre quis tocar no Brasil, que tem festivais como o Rock In Rio. É sempre muito bom.
89FM: Está preparando algo especial para essa apresentação?
Estou tentando aprender um pouco do português que vocês falam no Brasil. Eu também escrevo músicas todo dia, então vou tocar algumas delas.
89FM: Quais palavras em português você já sabe falar?
Só o básico: “obrigado”, “muito prazer” e coisas como essas. Mas vou aprender mais.
89FM: Como tem sido a turnê com o seu pai (Sting)?
Tem sido muito divertido. Ele tem uma banda de abertura. E depois tem outra parte que eu participo, para no final todos tocarem juntos. E eu também sou backing vocal da banda principal do Sting. Então todos de alguma forma tocam juntos e tem sido muito bom, todos são muito legais. Ficam todos felizes e por isso que é ótimo.
89FM: Você vai tocar junto com o seu pai neste show? Como vai ser?
Vou tocar um pouco de guitarra e violão, fazer o backing vocal e também cantar algumas músicas.
89FM: Quando você decidiu que também seria músico?
Há milhares de anos, quando eu era adolescente. Minha banda favorita era o Nirvana. Quando escutei o som deles, eu formei uma banda, e foi assim que começou.
89FM: Você aprendeu a tocar guitarra com as músicas do Nirvana?
Sim, aprendi a tocar com as músicas deles. Eu fazia ‘power chords’. Também adorava Social Distortion.
89FM: Como você recebeu a notícia da morte de Kurt Cobain na época?
Foi triste. Eu era um adolescente, então fiquei bem deprimido. É uma coisa ruim que acontece com as pessoas. E você fica pensando “será que alguém o ajudou?”. Com certeza ele estava sofrendo bastante. Então eu fiquei muito triste.
89FM: Você já teve a oportunidade de conhecer Dave Grohl (baterista do Nirvana) e Krist Novoselic (baixista do Nirvana)?
Já falei com o Dave Grohl algumas vezes, mas nunca conheci o Krist. Ele parece ser um cara legal.
89FM: Você vai lançar a música “Jelly Bean” (uma expressão em inglês usada para descrever alguém que parece ser bravo, mas na verdade é calmo). O que significa essa música para você?
Fala sobre os meus filhos. Eu tive quatro nos últimos anos e eles mudaram completamente a minha vida. Então agora a maioria das minhas músicas fala sobre eles. “Jelly Bean” fala sobre a alegria em ser um pai. Ter a minha primeira filha foi perfeito. Ela era um pouco “Jelly Bean” e faz tudo ficar bem.
89FM: Você acha que os seus filhos também serão músicos?
Eles já são músicos (risos). Eu não vou ter esse trabalho porque eles já ouvem, fazem e tocam música. Eles compõem também, então podem fazer o que eles quiserem. Eles têm esse poder.
89FM: Qual foi o melhor conselho que o Sting já te deu como pai e como músico?
Como pai, ela fala que não posso ficar ansioso. Não se preocupar demais e tentar se divertir. E que qualquer coisa que você esteja fazendo, provavelmente está fazendo errado, então apenas se divirta.
89FM: Você tem algum álbum favorito dos trabalhos solos do Sting ou do Police?
O álbum“The Soul Cages” foi importante para mim. Foi quando o meu avô faleceu e eu estava muito mal com isso, e esse disco realmente me ajudou a me recuperar. Mas também gosto de várias músicas dele. Eu geralmente gosto de músicas que ele não toca mais. Acho que a minha favorita do Police é “Can’t Stand Losing You”.
89FM: Quais são os seus próximos projetos na música?
Estou fazendo um álbum solo no momento. Espero terminar até o fim do ano. Quero sair em turnê novamente, mas provavelmente vou tocar em lugares menores. No momento tem sido apenas voz e violão, bem simples. Realmente espero terminar tudo antes do Natal.
89FM: Quais são as principais inspirações para o álbum solo?
A maior parte da inspiração são os meus filhos e muito vem desse “cara” (Deus) que fez coisas incríveis e esse mundo é maravilhoso. Então tento olhar o que está a minha volta e começar a escrever e pensar sobre isso. Com certeza pensar na vida no futuro, como nós estaremos em relação ao planeta e tentar ser feliz. Isso é o que eu tento desenvolver nas minhas letras.
89FM: Você acha que a ideia do Vyclone (aplicativo criado pelo Joe Sumner que utiliza o GPS e sincroniza vídeos que estão sendo gravados por celulares que estão no mesmo local por ângulos diferentes) é ainda melhor agora com
o número cada vez maior de pessoas filmando os shows com os próprios celulares?
Sim. Tivemos que desativar um pouco o aplicativo porque estávamos ocupados com a música. Mas você está certo, todo mundo faz isso. Me faz pensar que temos que fazer isso novamente. Todos gravam e vemos vendas de tudo hoje em dia. Seria legal se fizéssemos tudo isso ter um sentido.
89FM: Você compra músicas em forma física (CD / vinil) ou escuta através de streaming?
Eu escuto mais por streaming. Um amigo meu abriu uma empresa de vinil chamada BYNL onde eles enviam três discos todo mês e eles que escolhem os artistas. E também tem uma opção onde você pode ouvir todos os discos. É uma experiência diferente. Eu não gosto da ideia de colecionar esses itens na minha casa e ter milhares de discos. Eu gosto de ser livre de materiais físicos. É difícil de carregar e ocupam espaço. Eu imagino se pudéssemos compartilhar entre todos as cópias físicas. Seria algo legal.
89FM: Tem alguma história engraçada que tenha acontecido na sua carreira que possa nos contar?
Quase tudo é engraçado nesse mundo da música (risos). Lembro que uma vez eu estava na Áustria para fazer um show e o promotor me pediu para tocar no álbum solo dele. Disse que tudo bem, contanto que ele trouxesse a minha esposa para curtir férias por uma semana. Então fiquei um dia escrevendo músicas com ele enquanto ele vivia numa casa no meio do mato e sugeriu que deveríamos escrever uma letra sobre a Paris Hilton. Eu achei que seria estúpido fazer isso. Mas estávamos na Áustria no meio do nada, então por quê não? Escrevemos a música que chamamos de “Paris Paris” que eu achei boba no começo. Mas foi número um instantaneamente na Áustria. Então foi o meu maior hit, e eu não acho que isso aconteceria. Mas foi muito legal e também nos apresentamos em programas de TV.
89FM: Você gostaria de deixar algum recado para os brasileiros?
Estou animado para tocar no Brasil pela primeira vez. Gostaria que todos fossem ao show e também gostaria que ouvissem as minhas músicas e dissessem a sua opinião.