Catfish And The Bottlemen elogia público brasileiro

Willian Maier

Catfish And The Bottlemen elogia público brasileiro imagem divulgação

A 89 fez uma entrevista exclusiva com os caras do Catfish And The Bottlemen, mais uma atração que chegou pela primeira vez ao Brasil para tocar no Lollapalooza 2017.

A Rádio Rock perguntou da expectativa que eles tinham para estrear por aqui e ouviu só elogios, como “O Brasil tem o melhor público do mundo”.

Curiosidades como a relação dos caras com a banda Stereophonics e a cena musical do País de Gales são outros temas abordados nesta entrevista que pode ser ouvida no player abaixo:

A transcrição da entrevista está aqui:

89FM: É a primeira vez de vocês no Brasil. Quais são suas expectativas com o público brasileiro?
JOHNNY BOND: A gente só ouviu falar coisa boa sobre os públicos da América do Sul. Tocamos a primeira vez na Colômbia e foi surpreendente.

VANN MCCANN: Todas as bandas, empresários e gravadoras que encontramos no caminho dizem que é o melhor público do mundo, uma vez que você o conquista. Essa é nossa primeira vez, então temos que voltar várias vezes.

JOHNNY BOND: É legal saber que tem um público que é apaixonado por música assim como nós somos por tocar.

89FM: Você começaram no País de Gales. Como é a cena musical no país?

VANN MCCANN: Os brasileiros devem conhecer os Stereophonics, que é uma banda bem famosa e que tem crescido muito. Eles nos deram a chance de tocar a primeira vez em um estádio, que fica a 20 minutos de onde crescemos. Eu e meu pai costumávamos ouvir e ir à shows deles. Eles nos deram apoio ano passado, então eles são uma boa escolha para os galeses rockeiros. Também tem os Manics Street Preachers…
JOHNNY BOND: O Super Furry Animals também.

89FM: Vocês vão ser headliners de um novo festival em Londres, o Community. Como será esse festival?

VANN MCCANN: Acho que vai ter umas 40 mil pessoas e eu pensei “será que vamos vender isso em Londres? ”, porque somos do norte da Inglaterra e quando íamos para lá não conhecíamos muitas pessoas para nos ajudar. O Bob Hall, nosso baterista, vai toda manhã correr nesse parque onde será o festival e no dia do Community ele não poderá ir porque vai estar tudo fechado para nossa banda ser headliner. É bem animador, especialmente por ser na “capital do mundo”.

89FM: Qual importância de um festival como o Lollapalooza para vocês, com muitas bandas e estilos diferentes e vocês fazendo parte disso?

VANN MCCANN: Eu posso dizer o quão importante é só pelo segundo dia do festival, que terá The Strokes. Eu adoro eles, crescemos ouvindo e eu e Bond vamos assistir.

JOHNNY BOND: Nós pensamos “eles vão tocar, que legal! ”. No The Governors Ball em Nova Iorque, o The Killers era headliner e eu e Vann ficamos na coxia do palco cantando junto com a banda.

VANN MCCANN: Esse festival foi bem pensando no line up e palcos, você pode ver o que gosta ou algo que não conhece. E aí quando você vê percebe já está comprando álbuns, camisetas e pendurando pôsteres na parede dessa banda que acabou de conhecer.

JOHNNY BOND: Os festivais fora da Inglaterra são mais ecléticos, em lugares como Austrália, Japão e Brasil. O Duran Duran vai tocar depois da gente, quer dizer, você não veria isso em um festival na Inglaterra. Essas misturas são ótimas.

VANN MCCANN: Acabamos de voltar da Colômbia, tocamos no Estereo Picnics e a reação dos fãs eram ótimas, cantavam todas as letras. Quer dizer, alguns deles nem falam nossa língua, como é que cantam com a gente? Nem na Inglaterra sabem todas nossas letras, mas aqui isso não importa. A gente sempre trabalha as músicas e já tocamos em vários festivais com o primeiro álbum, percebemos quais funcionam melhor e quais não. No segundo álbum a gente já sabia como fazer uma gravação ao vivo e eu e Bond estávamos falando sobre o The Killers e seu setlist de festival. Então estamos sempre escrevendo, não nos importamos com as paradas, rádios, prêmios ou compor algo que anime as pessoas ao vivo. Tem algo que quando a música te emociona ao vivo, não importa se ela tem fraseados marcantes, é mais sobre como ela soa grande e como te faz sentir.
JOHNNY BOND: A gente sempre disse que não teria um hit, mas o fato de sermos atração principal para 40 mil pessoas em um festival nos obriga isso.

VANN MCCANN: Não queremos uma música hit, queremos escrever álbuns. Isso que é legal, porque qualquer coisa que tocamos, pode ser qualquer faixa do álbum, sem ser necessariamente um hit, todos cantam. Não importa se é uma faixa B ou se é a que toca nas rádios.

89FM: Tem alguma música que vocês acharam que tomaria uma direção, mas tomou outra?
VANN MCCANN: No primeiro álbum, The Balcony, tem a música “Hourglass”. Ela era completa, com instrumentos, mas nós voltamos atrás e fizemos acústica e hoje tocamos ela assim. Para mim ela tem 2 minutos, mas as pessoas cantam como se fosse uma grande balada e isso me surpreende.

JOHNNY BOND: No estádio de Wembley, ano passado, fui para o canto do palco para olhar as pessoas cantando, foi um momento de imersão.

VANN MCCANN: Teve uma música que estávamos compondo na estrada e eu disse para o Bond “imagina quando você fizer esse solo, como o público vai reagir”. A primeira vez que a tocamos ao vivo, foi exatamente como tínhamos imaginado, foi quase como se nós tivéssemos escrito um roteiro e os fãs foram os atores da nossa peça.

89FM: E qual música é essa?

VANN MCCANN: É uma parte da letra de “Outside”: “I just came along for the ride
and I tried my best to keep away from you” acho que tudo que escrevo é positivo, mas as vezes pode parecer algo do tipo “quem te machucou Vann? Quem quebrou seu coração?”. Nunca estou compondo algo dramático, mas sim sobre experiências positivas. Quando tocamos em Dublin, um fã tinha uma placa escrito “ I just came along for the ride but stayed for Larry”, que é nosso técnico de guitarra.

89FM: O que os fãs podem esperar sobre álbuns novos e turnês?

VANN MCCANN: A gente foi instruído a não fazer nada agora para terminamos nossa turnê. Daqui vamos para os Estados Unidos e ficamos um mês por lá, depois Inglaterra, Austrália, Japão, voltamos para os Estados Unidos, Espanha…Falando sobre nossas músicas novas, estão tão boas, massivas, cheia de cor. Quando começamos, esperávamos chegar esse momento onde estamos agora: tocar no estádio Wembley, vir para a América do Sul, Austrália e Japão. Em 2016 e 2017 parece que esses planos tomaram vida. Então as músicas de agora mostram exatamente onde queremos estar. Quer dizer, se há dois anos fizemos The Balcony e estamos aqui, imagina o que fizermos agora onde estaremos em 2018, 2019? Vai ser uma ótima jornada.

89FM: Vocês gostariam de deixar alguma mensagem para os fãs brasileiros?

VANN MCCANN: Sim! Amo todos vocês, especialmente os que estavam no aeroporto quando chegamos, com as bandeiras.
JOHNNY BOND: É muito legal o jeito que vocês recebem a gente, desejo tudo de bom.

VANN MCCANN: Nós vamos voltar todas as vezes que vocês quiserem e lá pela terceira vez, que é minha previsão, vai ser insano aqui, todos se animarão com todas músicas e com tudo!



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