Exclusivo: Cage The Elephant fará turnê acústica ainda este ano, diz vocalista
A 89 conversou com Matthew Schultz, vocalista da banda norte-americana Cage The Elephant, no Lollapalooza Brasil deste ano, que rolou nos dias 25 e 26 de março no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
Na entrevista Matthew conta como foi ter ganho o Grammy, relembrou os velhos tempos e ressaltou que na época da faculdade se inspirou no Bob Dylan para realmente se dedicar a música.
O Cage The Elephant já esteve no Brasil algumas vezes, Matthew falou também sobre o público, a energia da plateia e a união.
Sobre os planos futuros da banda, Matthew revelou que o grupo vai fazer uma turnê acústica nos Estados Unidos, gravar e lançar um disco ainda este ano.
Utilize o player abaixo e curta a entrevista:
Aqui a transcrição da entrevista:
89FM: Como foi ter ganho o Grammy?
MATTHEW SCHULTZ: Foi uma grande surpresa. Quando você faz um disco, ou se prepara para fazer um, elogios e realização são as últimas coisas que deveriam estar na sua cabeça. Para mim, eu acho que é uma hipótese de que pessoas potenciais terão a mesma experiência que você teve quando estava fazendo a música.
89FM: O que é mais prazeroso para a banda, o processo de escrever e gravar as músicas ou sair em turnê?
MATTHEW SCHULTZ: As duas são prazerosas por motivos muito diferentes. É difícil compará-las. Há lembranças de momentos especiais durante os shows, parece que cada coisa, cada movimento foi escrito para ser perfeito, é algo que não pode ser sentido de nenhuma outra forma. Já quando você está criando um álbum que realmente acredita, é uma experiência muito rica para a alma e o espírito.
89FM: Voltando um pouco no tempo, quando vocês estavam cercados pela música e eram jovens: tem algum momento, um show ou telefonema que quando você olha para trás lembra que percebeu que tudo isso seria realidade?
MATTHEW SCHULTZ: Sim. Quando frequentava a faculdade, estava quase reprovando na aula de música, porque estava saindo com os caras da banda. Teve uma vez em que estávamos assistindo um documentário do Bob Dylan, “No Direction Home” e chegou uma parte que contava que quando o Bob Dylan frequentava a faculdade, ele ficava cabulando aula, para ter mais tempo para ler e ensaiar. Isso foi um tipo de inspiração para mim, porque fez sentido e me fez perceber que se eu quero fazer isto, eu não posso ter outro plano de reserva, outra opção. Foi aí que eu parei de ir na faculdade.
89FM: A música “Cold Cold Cold” é diferente em relação às músicas que a banda toca. Vocês poderiam falar um pouco dessa diferença e qual foi a inspiração para esta música?
MATTHEW SCHULTZ: Quando escrevi “Cold Cold Cold”, sabe, de tempo em tempo, todos nós passamos por altos e baixos. Infelizmente neste mundo, as experiências boas, são muito boas, e as ruins são bem ruins, e tem muitas dessas nos esperando. Eu estava em um momento ruim, quando as coisas “chegam no limite”, tem sempre aquele pensamento “ok, me coloque na cama, me leve ao hospital, preciso de um tempo”. Eu estava pensando nisso, então achei que seria interessante pelas diferentes tentações, diferentes experiências que eu poderia ilustrar aquelas pessoas do hospital e foi meio daí que surgiu minha ideia.
89FM: Vocês já estiveram algumas vezes aqui no Brasil. Quais foram as impressões que tiveram das pessoas e do país?
MATTHEW SCHULTZ: Muito rápido, porque a maior parte das vezes que estivemos no Brasil, estávamos no palco. Mas boa parte das impressões que tivemos foi a energia da plateia, a união. Mas isso é uma perspectiva de alguém de fora, porque não consegui passar muito tempo aqui. Em uma nota pessoal, a maioria das vezes em que parei para conversar com um brasileiro, eles não têm conversas muito superficiais, as pessoas parecem ser mais sinceras e são mais receptivas, mais rápidas para entender as coisas mais profundas. Então, sinceridade, eu acho.
89FM: Vocês já disseram que Pixies, Foo Fighters, Nirvana são algumas de suas influências. Em outros Lollapaloozas no Brasil que vocês tocaram, Pixies e Foo Fighters também estavam. Como foi essa experiência?
MATTHEW SCHULTZ: Foi ótima. Eu conheci o Frank Black (vocalista do Pixies), ele é tão bom como artista quanto a música dele é. E o Dave Grohl é um ótimo cara, um ótimo amigo. Foi demais!
89FM: Que conselho você daria para o Cage the Elephant do início?
MATTHEW SCHULTZ: Eu diria que acredito que, pode chamar do que quiser, destino, ou sei lá. Acho que vai acontecer, música vai acontecer como carreira. Mas nós não sabemos qual será nosso destino. Então, a ideia é tocar o quanto conseguirem, fazer quantos shows puderem e se estiver no seu caminho, vai acontecer.
89FM: Quais são os planos do Cage The Elephant para o futuro?
MATTHEW SCHULTZ: Nós vamos sair em uma turnê acústica quando voltarmos para os Estados Unidos e vamos gravar todos os shows e lançar em um disco ainda este ano.