89 FM ouve novo álbum do Metallica “Hardwire… to Self-Destruct
8 anos. Foi esse o tempo aguardado desde o lançamento do último álbum do Metallica até agora, o décimo gravado em estúdio na trajetória da banda. Na tarde do dia 27 de setembro, jornalistas do mundo todo reuniram-se para a primeira audição oficial de Hardwire… To Self-Destruct.
Com exceção das faixas Hardwired e Moth into Flame, até então as únicas já lançadas para o público, o restante era total segredo. A ansiedade pelo que estava por vir podia ser vista no rosto de cada um dos convidados presentes no lendário Electric Lady, estúdio criado por Jimi Hendrix em 1970.
Eram cerca de 30 jornalistas reunidos em uma sala com sofás de couro, tapetes estilo persa, piano e um grafite psicodélico na parede. Ao meu lado, Mark Ramone, no papel de mero ouvinte, também aguarda o início da sessão.
O baterista Lars Ulrich entra na sala bem-humorado e cumprimenta os presentes, perguntando seus países de origem. Itália, Japão, Suíça, Dinamarca, França… tinha gente de todo lugar. Ele faz uma breve introdução, visivelmente empolgado. Contou que o álbum foi produzido na Califórnia e resgatou uma forma tradicional de compor e gravar. Havia sido finalizado 30 dias antes e revelou “há mais pessoas nessa sala do que as que já ouviram esse álbum até agora”. E, novamente, me sinto privilegiada por estar entre elas.
Fim do suspense. Era hora de apertar o play. O que veio a seguir foi puro rock, e dos melhores. Um álbum duplo com o total de 12 faixas em 77 minutos de pauleira sem descanso. A cada faixa eu confirmava minhas suspeitas de que aquele seria um trabalho inspirado, consistente. E, então, entendo o porquê de tanta espera: eles estavam caprichando em cada nota.
Hardwire… To Self-Destruct evidencia um retorno às origens do Metallica que, depois de uma fase comercial como em The Black Album, volta com um dos trabalhos mais agressivos já criado por eles, com melodias rápidas, riffs densos, harmonias vintages e letras pesadas.
As interpretações explosivas de James Hatfield, um Kirk Hammett em solos de arrepiar, a energética batida de Lars Ulrich e a ousadia de Robert Trujillo nos convidam para uma viagem sonora como há muito tempo não se ouvia. Deve ser um dos trabalhos mais bem-aceitos pelos atuais e antigos fãs, já saudosos do heavy metal que consagrou banda.
O lançamento conta ainda com um terceiro disco de bônus com versões cover (Deep Purple, “When a Blind Man Cries”, “Remember Tomorrow”, de Iron Maiden) e apresentações ao vivo, como o single “Lords of Summer”.
No aquário adjacente à sala, no estúdio, James Hatfield observava curioso nossas reações enquanto ele mesmo também havia se tornado ouvinte de seu próprio trabalho. E, como nós, também parecia extasiado ao fim da sessão, que foi de tirar o fôlego.
Agora vai ser difícil controlar minha ansiedade até 18 de novembro, dia do lançamento oficial do álbum, para que eu possa ouvi-lo novamente. Então penso: uma espera nunca valeu tanto a pena.
(Rogéria Vianna, de Nova York – Fotos: Universal Music)
Faixas:
Disco 1
1. Hardwired
2. Atlas! Rise
3. Now That We’Re Dead
4. Moth Into Flame
5. Dream No More
6. Halo On Fire
Disco 2
1. Confusion
2. ManUNkind
3. Here Comes Revenge
4. Am I Savage?
5. Murder One
6. Spit Out The Bone
Produzido por Greg Fidelman, James Hetfield e Lars Ulrich.
Gravado e mixado entre maio de 2015 e abril 2016 por Greg Fidelman.