Mumford And Sons conversam com a reportagem da 89

Ted Dwane e Ben Lovett, do Mumford And Sons, conversaram com a reportagem da 89 A Rádio Rock antes do show deles no Lollapalooza Brasil 2016, no último dia 12 de março.

Nessa entrevista exclusiva, eles falaram sobre o Brasil, a história da banda, os prêmios que já descolaram, o álbum “Wilder Mind” e também sobre o futuro do Mumford And Sons.

Ouça a entrevista conduzida pelo Rich Rafterman com tradução na voz da  nossa apresentadora Joana Ramos:

Aqui a transcrição do papo da Rádio Rock com os caras do Mumford And Sons, numa produção de Wendell Correia:

89: Essa é a primeira vez do Mumford And Sons no Brasil. Como está a expectativa momentos antes de subirem no palco?

TED DWANE: Nós acabamos de chegar no festival, vimos o final do show do “Of Monsters and Men” e a plateia estava incrível! O visual do show estava lindo. Nós não sabemos muito bem o que esperar pois cada festival é diferente, cada line-up e plateia também são diferentes. Parece que vai ser um show bem legal hoje à noite e estamos animados!

 

89: O som de vocês é bem característico e único. Você pode falar sobre isso?

BEN LOVETT: Nós começamos em 2007, basicamente éramos uma banda de pub, então o som foi definido pelo fato de que nós usávamos instrumentos acústicos e escrevemos músicas um pouco limitadas por isso. Era o melhor que conseguíamos fazer na época, então fizemos músicas com essa pegada. Nós fizemos uns shows assim por um ano mais ou menos e então saímos em turnê fora de Londres. E quando entramos em estúdio trabalhamos com um cara chamado Markus Dravs, que é um produtor incrível que já trabalhou com grandes artistas como Arcade Fire, Bjork, e achamos ele demais. Ele disse que queria fazer um disco com o nosso som. Ele achou que nosso som tinha potencial e confiança, e apesar de ser acústico, tinha uma pegada boa. Então nós pegamos nossa música “estilo pub” e demos uma melhorada e deixamos ele maior ainda e fizemos o nosso primeiro álbum. E agora estamos no nosso terceiro álbum. O nosso som muda e evolui com o passar do tempo.

 

89: Quais foram as inspirações para o álbum “Wilder Mind”? E qual é a diferença dele em relação aos álbuns anteriores do Mumford And Sons?

TED DWANE: Eu acho que o jeito que começamos em pubs e com instrumentos acústicos foi uma coisa circunstancial. Depois de dois álbuns e muitas turnês, nós queríamos criar algo que não fosse só circunstancial, mas mais intencional. Queríamos explorar e experimentar. Com o “Wilder Mind”, foi meio que uma história entre duas cidades. Alguns de nós vivemos em Nova Iorque e outros em Londres, e isso deixou o álbum com um som mais urbano. Os álbuns antigos eram um pouco mais pastorais. Sentir a música sempre foi parte das nossas vidas, e essas cidades foram parte do processo de composição e gravação do disco. As músicas são autobiográficas. Nossas vidas mudam, então as músicas também. O “Wilder Mind” é um pouco do que foi nossas vidas em 2015 e 2016.

 

89: Uma parte da banda estar vivendo em Londres e outra em Nova Iorque gerou algum problema?

BEN LOVETT: Os dois lugares são longes do Brasil, mas foi tudo bem (risos). Geralmente tudo o que nós fazemos ou lugares que vamos envolve viajar, mas numa escala global Londres e Nova Iorque até que estão perto. Se algo aparece e temos que estar em algum lugar é fácil viajar de Londres a noite, e por causa do fuso horário entre Londres e Nova Iorque, perdemos apenas algumas horas. Isso é conveniente.  Sempre respeitamos as nossas vidas fora da banda, e encorajamos isso, porque a história de cada um é o que forma o Mumford And Sons e a música, por isso temos que ter nossa vida individual fora do grupo. E durante esses nove anos de banda, nós celebramos as nossas jornadas juntos.

 

89: Vocês já receberam muitos prêmios pelos trabalhos que fizeram. Existe algum que vocês tenham mais orgulho?

 TED DWANE: É difícil ter algum sentido porque muito disso é meio abstrato. Nós somos muito gratos. Nós fomos a muitas cerimônias de prêmios antes de receber um. Quando recebemos nosso primeiro prêmio, no momento em que nos chamaram ficamos meio que sentados lá e a ficha só caiu alguns segundos depois. E claro, é uma ótima sensação e significa muito para um artista em qualquer tipo de trabalho ter alguém para dizer que o que você está fazendo está bom. É difícil escolher um único momento, mas o que faz sentido de verdade para nós é a plateia. Então provavelmente vamos lembrar mais da noite de hoje do que de receber um Grammy ou algo assim. Tem milhares de pessoas que provavelmente vão nos ver hoje pela primeira vez e para nós isso é como a maior conquista. Estamos muito gratos, sempre nos chamamos de uma “banda ao vivo”, porque o sucesso real é fazer shows. Eu acho que esse é o maior prêmio.

 

89: Como vocês classificariam tocar ao vivo e fazer shows com o trabalho em estúdio?

BEN LOVETT: Nós gostamos de estar no estúdio mais e mais, mas tocar ao vivo ainda é como se fosse a coisa mais legal da banda. Ser capaz de viajar e conhecer novas pessoas, aprender e vivenciar diferentes culturas, tendo a música como centro disso tudo é a coisa mais mágica e bonita que poderíamos ter pedido. Mas as duas coisas andam de mãos dadas, porque se só trabalharmos em estúdio, vamos ficar sempre na mesma coisa.

TED DWANE: E o estúdio também dá um tempo na turnê. As duas coisas caminham juntas. Mas nos chamamos de “banda ao vivo” desde o primeiro dia, e acho que continuamos assim

 

89: O que podemos esperar do Mumford And Sons no futuro?

TED DWANE: Nós temos datas show agendados até o final do verão europeu. Achamos que ainda tem muita história a ser contada sobre o “Wilder Mind”, como tocar essas músicas ao vivo. Eu acho que isso nos conecta com as pessoas. Antes de irmos para o próximo álbum nós queremos viajar um pouco mais, fazer mais shows, e planejamos não ter folga. Nós tiramos um tempo entre o segundo e terceiro álbum e não é o que queremos agora. Estamos cheios de energia, queremos voltar para o Brasil o quanto antes e não esperar mais oito anos para isso acontecer.

This post was last modified on 21 de março de 2016 12:03

Redação 89: