89 fala com Walk The Moon

A 89 conversou com os caras do Walk The Moon, banda que foi uma das grandes atrações do Lollapalooza 2016.

Nicholas Petrica e Kevin Ray destacaram a energia positiva do público, já que o grupo foi surpreendido pela primeira conexão com os fãs brasileiros.

A banda também falou sobre a importância de se apresentar em um festival e da oportunidade de tocar em diversos locais diferentes.

Utilize o player abaixo e ouça a entrevista completa da 89:

89: Vocês são famosos por terem uma energia incrível no palco. Essa é a primeira vez da banda no Brasil, como foi o relacionamento com o público brasileiro?

Nicholas Petrica: Primeiro de tudo foi incrível! Foi muito fácil de nos conectarmos, o público estava muito aberto para subir nesse “trem” do rock and roll conosco e curtir. Nós meio que nos sentimos em casa aqui na América do Sul. Para quem já nos viu no palco, sabe que nós dançamos e colocamos nossa personalidade nisso. As plateias na América do Sul estão sempre prontas para dançar, curtir a vibe e se divertir.

Sean Waugman: A plateia brasileira é muito ritmada. Tem a cultura do samba aqui, e a gente nota quando as pessoas estão batendo palmas, é bem no ritmo, são incrivelmente musicais.

89: Vocês podem nos contar um pouco sobre a música “Anna Sun”? De onde veio a ideia e inspiração para a música?

Nicholas Petrica: “Anna Sun” é uma das músicas mais velhas do Walk The Moon. Ela nasceu praticamente quando a banda nasceu, o que foi logo ao final da universidade. É sobre você crescer. Você leva uma parte da sua infância para se tornar alguém totalmente novo, é sobre a universidade e pegar uma parte da sua infância e preservar a sua criança interior durante a sua vida. Na verdade, foi a música que nos descobriu. Nós fizemos um vídeo na nossa cidade natal, em Cincinnati, chamamos vários de nossos amigos e colocamos no YouTube. Antes que nos déssemos conta, de seis meses a um ano depois, nos tínhamos um contrato, estávamos em turnê e é uma grande parte da nossa história.

89: Quando vocês perceberam que isso seria a carreira de vocês e não só um hobby?

Nicholas Petrica: Nós sempre fomos um pouco loucos…eu acho que nós sempre fomos possuídos por essa ideia de que seria isso. Nós nunca tivemos um plano B. Eu acho que tiveram dois momentos: um com o “Anna Sun”, que foi quando tudo começou e conseguimos uma gravadora, um empresário, e tudo isso. E a música “Shut Up And Dance” se tornou um sucesso em uma escala global, não só nos Estados Unidos, e foi quando percebemos que tínhamos um potencial para seguir nossos sonhos e nos tornar uma banda com um bom legado.

89: Vocês diriam que quando escreveram “Shut Up And Dance” esperavam que fosse um sucesso ou foi uma surpresa?

Nicholas Petrica: Foi uma mistura. Nós definitivamente tivemos esse sentimento de que essa música tinha algo, o que quer que seja, mas nunca dá para saber. Com todas as músicas acontece isso, achamos que ela é uma música que vai marcar a banda. Tentamos não ter muitas expectativas, pois tem espaço para muitas surpresas boas.

89: O que vocês acham do fato das pessoas ouvirem músicas por “streaming”? É uma boa coisa para as bandas e os fãs?

Kevin Ray: Eu acho que tudo isso é um conjunto, porque se a banda fizer mais, o fã também ganha com isso. Isso possibilita o músico a ser recompensado de uma forma justa pelo o que ele faz, caso contrário a qualidade do que nós fazemos vai cair nos próximos anos. Eu acho que o “streaming” é uma realidade. Ele está aqui para ficar e não vai a lugar nenhum. Precisamos achar um jeito de fazer artistas e serviços de streaming trabalharem juntos para que todos possam ser recompensados de uma forma justa, se não o artista vai perder com isso.

89: O que vocês acham da importância desses festivais como o Lollapalooza, que une vários estilos de bandas?

Nicholas Petrica: Eu acho que é crucial. É obvio até como isso é importante e como as pessoas respondem a isso. Essa cultura de festival com certeza virou um sucesso. Hoje existem centenas ou até milhares de festivais acontecendo todo o ano no mundo todo e cada vez mais eles continuam aparecendo. É um lugar onde as pessoas podem ir e descobrir músicas novas, podem viver fora da vida delas por alguns dias, coisas que todos nós criamos de tempo em tempo. Acho também que é encorajador para abrirmos as nossas mentes, a mostrar suas cores e se expressar, tudo isso com a música no centro.

Kevin Ray: Para muitos artistas essa é a única forma de chegar a certos lugares. Essa é a primeira vez que estamos na América do Sul, até porque não é viável virmos para cá e fazermos nosso próprio show, e com o festival agora temos essa chance. Amigos nossos como o Alabama Shakes e Twenty One Pilots, provavelmente também não tem a chance de vir para cá o tempo todo.

89: Qual é a melhor parte do sucesso como músicos? E qual é a pior?

Nicholas Petrica: A melhor parte é viajar o mundo e ir a lugares que nunca fomos antes. A pior parte é voar para todos esses países (risos). Para chegarmos aqui nós viemos da Finlândia e eu acho que isso levou umas 30 horas.

Kevin Ray: A pior parte é meio relativa, porque está sempre mudando. As vezes você sente saudades da família, as vezes viajar é a pior parte, ou você chega num lugar e o quarto de hotel é a pior parte. Muda toda hora, mas a melhor parte é estar bem.

Nicholas Petrica: Nós somos uma banda que toca ao vivo, somos uma banda de rock and roll. Estaremos sempre focados no show, pois é quando um álbum ganha vida e os fãs se tornam fãs de verdade. Tudo é em função disso, seja viajando, sentindo saudades das namoradas, dos animais de estimação, estarmos cansados e com fome…tanto faz, o show é a razão de tudo isso.

This post was last modified on 22 de março de 2016 12:03

Redação 89: