Ex-jogador Raí participa do “Esquenta 89”
Raí, ex-jogador de futebol, ídolo do São Paulo e camisa 10 da Seleção Brasileira na conquista do Tetra em 1994, marcou presença nos estúdios da 89 nesta segunda (22), no programa “Esquenta 89”. Ele esteve na Rádio Rock para falar sobre a “Fundação Gol de Letra”, instituição criada em 1998 ao lado do também ex-jogador Leonardo, que tem o objetivo de ajudar crianças carentes em todo o mundo. Atualmente a ONG está com uma parceria com a “Twins For Peace” em um projeto no qual para cada par de tênis comprado, um é doado para uma criança carente.
Segundo o próprio Raí, “a Fundação Gol de Letra é uma instituição com atividades educativas, esportivas e culturais que apostam na transformação social através do investimento na formação das novas gerações”. A principal sede fica na Zona Norte de São Paulo-SP, mas também tem representantes no Rio de Janeiro-RJ, além de projetos que estão sendo desenvolvidos em outros lugares, incluindo até algumas cidades do continente africano.
Durante o programa, Raí respondeu algumas perguntas dos apresentadores e também de ouvintes que interagiam pelo telefone ou redes sociais. A seguir, os principais tópicos abordados pelos ouvintes e as respostas do Raí.
ESCÂNDALO NA CBF
Para Raí, “agora é fácil falar sobre o escândalo da CBF. Antes era difícil quando não tinha a investigação, apesar de todo mundo saber que existe um monte de coisa errada, mas não tinha como provar. Acho ótimo o FBI atrás dos caras e acho uma boa oportunidade para os atletas, que devem aproveitar o momento para questionar o uso do dinheiro no futebol.” Raí acrescentou que faz parte de um grupo chamado “Atletas Pelo Brasil”, que é um movimento pela moralização do esporte no país. Completou a resposta dizendo que deve ser investigado a fundo quem são os culpados e puni-los, além de analisar por que o futebol brasileiro não está tendo bons resultados atualmente, e que a estrutura do futebol brasileiro tem que ser alterada. “O futebol brasileiro está chegando ao do poço e agora é a hora de mudar o jogo e colocar pessoas sérias na gestão, melhorando a imagem do futebol” completou Raí.
POLÍTICA
Raí disse que “o futebol pode ser um grande exemplo pro país e servir de exemplo para a política, combatendo a corrupção, colocando pessoas responsáveis por isso na cadeia e questionando os esquemas que existem”.
SELEÇÃO BRASILEIRA
Raí disse que nunca vai querer ser treinador da seleção brasileira, pois tem como lembrança da época de jogador a pressão e a cobrança da imprensa em cima do técnico. Para o ex-jogador, “ser técnico da seleção é um trabalho para loucos”. Sobre o Dunga, Raí acha que ele fez um bom trabalho na primeira passagem (2006 a 2010). Disse que “apesar de o time não estar tão bem na Copa América 2015, ele vem fazendo um bom trabalho nessa segunda passagem (assumiu novamente o comanda do Brasil após a Copa do Mundo 2014). No geral, a comissão técnica faz um bom trabalho, mas enquanto não mudar a estrutura do futebol brasileiro, ser mais profissional, o técnico da seleção sempre vai estar “remendando os erros” e achando soluções rápidas para os problemas que aparecem, e sempre vai ser o culpado pelos maus resultados. Acho que a mudança deve ser feita em toda a gestão do futebol”.
SÃO PAULO FC
Raí lembrou que foi diretor do São Paulo em 2003, mas era muito amador na época e o plano que ele queria desenvolver não tinha o espaço necessário no momento. Disse ainda que está fazendo cursos ligados a gestão esportiva, e existe a possibilidade de ajudar o São Paulo no futuro. Completou dizendo que é um embaixador informal do São Paulo e continua ligado ao clube.
Ao ser questionado qual foi o gol mais importante da carreira, ele disse que foi o gol no Barcelona na final do Mundial em 1992 pelo São Paulo. Lembrou também que fez vários gols importantes na carreira pelo Paris Saint Germain, onde também é ídolo, e tem uma identificação muito forte com a cidade de São Paulo e Paris, que ultrapassa as barreiras do futebol, mesmo sendo da cidade de Ribeirão Preto-SP.
SÓCRATES
Lembrou que o irmão Sócrates era santista quando era criança, e depois que jogou no Corinthians virou corinthiano roxo, e foi importante não só no futebol brasileiro, mas na política do futebol e do país. Disse que brincavam um com o outro com o fato de um ser são paulino e outro corinthiano após virarem jogador de futebol profissional e se tornarem ídolos nos respectivos clubes.
ASSÉDIO DAS MULHERES
Ao ser questionado por um ouvinte como lidava com o assédio das mulheres, Raí contou que tem um irmão chamado Raimar, que é parecido com ele. Disse que o irmão fala para as mulheres que “Ele é o Raí genérico: mesmo efeito, mas mais barato”.
ZICO NA FIFA
Raí disse que admira o Zico, pois ele sempre foi um grande profissional. Em relação à presidência da Fifa, acha que o Zico ainda tem um caminho para percorrer antes de se tornar presidente da Fifa, pois tem até outros ex-jogadores como o como Michel Platini (atual presidente da UEFA) que estão na frente na questão política. Apoia o Zico nessa caminhada, e acredita que ele ainda tem muito a acrescentar para o futebol mundial.
Para quem quiser conhecer melhor o trabalho que o Raí desenvolve na Gol de Letra, só acessar o site da instituição: GolDeLetra.Org.Br.
Ouça o Esquenta 89 com a participação do Raí no player abaixo: