89 entrevista Johnny Kongos

Willian Maier

89 entrevista Johnny Kongos imagem divulgação

A 89 A Rádio Rock teve um bate-papo exclusivo com Johnny Kongos, da banda Kongos, que se apresenta no Lollapalooza Brasil 2015 no dia 28 de março, no Autódromo de Interlagos, com promoção da 89. Confira a conversa que tivemos com o cara.

Essa é a primeira vez que vocês se apresentam na América do Sul. Gostaríamos de saber qual é a sua expectativa dessa primeira vez no Brasil.

Todas as outras bandas que conversamos disseram que a gente não tem ideia de como é legal tocar no Brasil. Quando encontramos outras bandas, sempre comentamos que é muito bom tocar na África do Sul, mas eles sempre dizem pra esperar até tocarmos no Brasil, porque aí sim iríamos pirar (risos).

Tem algum lugar no Brasil que vocês gostariam de conhecer?

O Brasil é um país gigante, tenho certeza que existem mil lugares que vale a pena visitar. Se não me engano, vamos ter um dia de folga em São Paulo, então esperamos explorar a cidade e conhecê-la melhor. Mas do jeito que as coisas estão acontecendo para o Kongos, acredito e espero que a gente ainda volte muitas vezes para o Brasil.

Como é estar em uma banda com os seus irmãos? Vocês brigam muito?

98% do tempo é maravilhoso, e 2% do tempo quero matar todos eles, assim como tenho certeza que eles também querem me matar. Temos todos os tipos de brigas que você pode imaginar. Mas é muito bom estar com eles. Ter a oportunidade de criar músicas com os meus irmãos é uma sensação muito boa.

A música “Come With Me Now” é um sucesso no Brasil. O que a música significa para você?
“Come With Me Now” é uma música que escrevi com os meus irmãos depois ouvir músicas sul-africanas no estilo que se chama “Kwaito”. A forma mais fácil de explicar esse estilo musical é “uma mistura de house music mais devagar com Zulu”. E o “Zulu” lembra um pouco o rap. “Kwaito” e “Zulu” são duas “linguagens” musicais muito conhecidas na África do Sul. Estávamos escutando muito essas músicas, que fazem as pessoas terem vontade de dançar, e isso influenciou muito para escrevemos “Come With Me Now”. E então, criamos primeiro a batida da música e a harmonia do acordeon, e percebemos que essa combinação também faz as pessoas terem vontade de dançar. E depois, encontramos maneiras dos outros instrumentos entrarem na música sem perder essa energia.

O que podemos esperar do Kongos para os próximos anos?
Depois dos nossos shows na América do Sul, vamos entrar no estúdio para gravar nosso terceiro álbum. Já temos muitas harmonias que podem virar músicas. Depois do lançamento do “Lunatic”, nosso mais recente álbum, lançado em 2012, tivemos muito tempo para compor novas músicas. Então estamos compondo bastante, mas agora precisamos reservar um tempo para entrarmos em estúdio para gravar esse material. Então tenho certeza que vamos lançar um novo single, provavelmente ainda esse ano, e depois vamos sair em turnê para divulgar nosso novo álbum.

Como você descreve o som do Kongos para quem ainda não conhece?
Sempre achamos muito difícil responder essa pergunta, porque nós quatro escrevemos músicas para a banda, mas também temos influências similares. Escutamos muita música africana e também o classic rock dos Estados Unidos, e todas essas músicas influenciam de maneira diferente cada um de nós, pois cada um tem sua forma de interpretação e de como colocar essa influência em nossas músicas. A melhor descrição sobre o Kongos que eu já ouvi foi de um jornalista sul-africano que diz que nós fazemos “Jungle Rock” (algo como “Rock da Selva”). É a forma mais fácil de descrever nossa música, e desde então, toda vez que alguém me pergunta como descrever o som do Kongos, falo que fazemos “Jungle Rock” (risos).

O Seether é outra banda sul-africana que vem liderando há alguns anos as paradas americanas de músicas e praticamente já se estabeleceram nos Estados Unidos. Como foi para vocês do Kongos também começarem a conquistar o mercado da música americana?
Nós moramos nos Estados Unidos há muito tempo. E então enviamos nossas músicas para rádios da África do Sul e ficamos muito conhecidos lá, enquanto éramos praticamente desconhecidos nos Estados Unidos. E alguns anos depois, dois influentes DJs americanos, um da cidade de Chicago e outro de Denver, começaram a tocar nossas músicas. E graças a isso, o Kongos passou a fazer sucesso na América, o que foi uma surpresa para nós, apesar de estarmos tentando conquistar os Estados Unidos há algum tempo. Então esse sucesso foi graças a uma rádio que passou a nos apoiar, além dos dois DJs que tocaram nossa música, pelo fato dela ser diferente do que estamos acostumados a ouvir nas cidades americanas. Tivemos uma grande ajuda de algumas rádios para começarmos a conquistar os Estados Unidos.

Das bandas novas do rock, quais você gosta? Sejam elas conhecidas ou desconhecidas da maioria das pessoas.
Eu gosto muito de uma banda que com certeza não é desconhecida e nós do Kongos gostamos muito, que é o Queens Of The Stone Age. Na minha opinião, é a melhor banda de rock atualmente. É um rock simples, mas que ao mesmo tempo não é tão simples assim. Eles fazem muitas experiências, muitas coisas interessantes, são ótimos compositores… É um rock estranhamente muito simples e complexo. Outra banda que eu gosto muito é uma de Mali, chamada Tinariwen. Eles fazem um som muito interessante. Acho que a melhor maneira de descrevê-los é como “blues do deserto”. Eles são revolucionários em Mali, e chegaram a trocar armas por guitarras e fazem uma música tradicional africana, com instrumentos do blues americano. É um “encontro da África com o oeste (continente americano)”, e é espetacular.

Aqui você pode ouvir a entrevista feita pela apresentadora da 89 Marina Valsechi:



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