Guerra Mundial Z – Os Jornalistas Da Rádio Rock Já Assistiram!
“Guerra Mundial Z” (Paramount Pictures)
avaliação: (excelente)
Por Larissa Negreiros e Tiago Marinho
Guerra Mundial Z (World War Z), o filme é uma adaptação do livro homônimo de Max Brooks (Guia de Sobrevivência a Zumbis). Se passa em um mundo dez anos depois de uma devastadora epidemia de zumbis que gerou uma guerra, a World War Z, vencida pelos humanos. É lógico que diversos problemas, traumas e mistérios desta época ainda estão no planeta, e é sobre este ponto de vista que o filme é “destrinchado”.
A história de terror baseada no tema apocalipse zumbi (que está em alta) foi escrita por Max Brooks e lançada em 2006. A proposta foi a de trazer aos leitores uma compilação de notas pessoais na forma de um conto em primeira pessoa. Brooks faz o papel de um agente da Comissão Pós-Guerra proveniente dos Estados Unidos que publica seu relatório uma década após a guerra da humanidade contra os zumbis. As Nações Unidas, no intuito de focar o documento oficial nos fatos da guerra e suas figuras mais importantes, decidiu deixar de fora histórias e relatos pessoais colhidos por Brooks, conteúdo que compunha a maior parte de seu material. As entrevistas listam a guerra de 10 anos de duração sob os pontos de vista de diversas pessoas provenientes de várias nacionalidades distintas. Os relatos também descrevem as severas e radicais mudanças nos aspectos religioso, geo-político e ambiental no mundo após a “Guerra Mundial Z”.
World War Z foi inspirado na história retratada na obra “The Good War”, livro sobre a Segunda Guerra Mundial de autoria de Studs Terkel, bem como no diretor de filmes do gênero “apocalipse zumbi” George A. Romero. Brooks usou a Guerra Mundial Z para comentar questões sociais, isto enquanto examina temas como a forma de sobrevivência e a incerteza humana. A obra foi altamente elogiada por reinventar o gênero “zumbi”.
Gerry Lane (Brad Pitt) é um trabalhador da ONU em missões humanitárias ao redor do mundo e Mireille Enos interpreta sua esposa, mãe de duas meninas (uma delas vive o clichê da filha asmática), e sua presença é praticamente irrelevante. É Gerry quem escreve os relatos do pós-guerra e atravessa o mundo numa corrida contra o tempo para impedir uma pandemia que está desafiando exércitos e governos e ameaçando dizimar a humanidade inteira.
Nós da equipe de jornalismo da Rádio Rock assistimos dia (21/06) ao longa. O início é bastante eletrizante, mostra a luta de inúmeras pessoas contra uma legião de seres humanos contaminados, que morreram e ressuscitaram na forma zumbis. Estes por sua vez, não são tão convencionais, não são seres lentos, sanguinolentos ou comedores de cérebros.
O final pode até ser previsível, mas é notável a competência na construção das cenas que são repletas de suspense. O clima de tensão domina o telespectador ininterruptamente do começo ao fim, e Brad Pitt concentra todas as atenções para si. Ele interpreta um homem destemido e inteligente, pai e marido protetor, é ele quem dá credibilidade e intensidade à trama. Destaque também para Daniella Kertesz, na pele da militar israelita Segen, uma mulher corajosa e dedicada à sua missão e ao seu uniforme.
Mas o filme falha em algumas de suas pretensões, embora o assunto abordado seja um drama por si só, as mortes que surgiam, raramente eram acompanhadas por uma carga emocional. Não estabelece o porquê de Gerry ser considerado um elemento imprescindível para as Nações Unidas e não transmite a dimensão política e social que promete à narrativa. O 3D também é um ponto fraco, não acompanha convenientemente algumas das cenas de ação, talvez resultaria melhor em 2D.
Poderia ser um dos grandes filmes de zombies da década, mas procura agradar à todos e chamar o máximo público possível. Talvez “censurados” pelo poder controlador do estúdio, que resulta numa obra bem intencionada, com uma excelente interpretação de Brad Pitt, mas incapaz de atingir o potencial almejado.
Uma matéria publicada naVanity Fair afirma que Guerra Mundial Z é o filme mais caro de todos os tempos. Os valores não são precisos, mas segundo a revista, a trama estrelada e co-produzida por Brad Pitt através da sua Plan B Entertainment, custou cerca de US$ 400 milhões.
Os executivos da Paramount, da co-financiadora Skydance, o diretor Marc Forster e, claro, Brad estão bastante temerosos. Segundo cálculos da própria indústria, para que uma película dê lucro, ela precisa, ao menos, faturar três vezes o seu custo nas bilheterias mundiais. Sendo assim, para entrar dinheiro no bolso dos investidores, será preciso arrecadar US$ 1,2 bilhão! Tarefa difícil, ainda mais depois que a obra foi banida da China, o segundo mercado mais rentável depois dos EUA.
Os problemas começaram na pré-produção, passando por alterações significativas no roteiro, desentendimento entre profissionais nos bastidores até a desmedida re-filmagem de quase metade do filme, o que custou à Paramount US$ 170 milhões.
Pitt viria ao Brasil neste mês para promover o lançamento do longa. Foi o próprio ator que pediu para incluir nosso país na turnê de divulgação mundial, mas devido às manifestações que estão acontecendo, sua visita foi adiada.
Estreia dia 28 de junho, no Brasil.
Assista ao trailler: