A história do RATM é diferente da maioria das bandas de rock. Nesse livro você não encontrará histórias de orgias com groupies, excesso de drogas ou qualquer tipo de loucura. O autor conta um pouco da história da música como forma de protesto, desde canções de escravos negros em 1800 passando pelo punk e o hardcore até o rap de Ice T e seu Body Count.
Nunca nenhum grupo gritou tão alto e alcançou tantas pessoas protestando contra o sistema como o Rage Against the Machine. Criticados por muitos pelas letras contra os abusos das grandes corporações e manter um contrato com uma grande gravadora, nesse livro fica fácil entender os motivos, as formas de lutar e também conhecer melhor as causas que os músicos apóiam.
Apesar do teor político, ainda é uma biografia de uma banda de rock e também foca em como desenvolveram e deram identidade às suas canções através do experimentalismo de Tom Morello que criou impressionantes barulhos na guitarra, as letras raivosas e o vocal rap e gritado de Zack De La Rocha e a cozinha jazzística e cheia de groove de Tim Commerford e Brad Wilk.
É interessante conhecer as influências musicais e sociais que fizeram com que a banda criasse um som único e original que mexeu com a indústria do entretenimento e alcançou milhares de fãs logo no primeiro álbum.
Toda a trajetória da banda é revelada de forma bem direta, passando também pelos projetos paralelos de cada integrante, separação, a formação e dissolução do Audioslave, o retorno aos palcos e os motivos que os levaram a tudo isso.
Esse é um livro rápido e agradável de se ler, que mostra a ideologia e atitude do grupo mais politizado que o mundo já conheceu. Leitura obrigatória para os fãs e também uma ótima dica para quem quer conhecer mais sobre um som político, de protesto, que por séculos tenta conscientizar as pessoas dos problemas, abusos e manipulações no mundo. Coisa que o RATM fez como ninguém.
À venda no sita da Livraria Saraiva.